Terceira parte da viagem, ou terceira viagem, nela ele veio a Embrapa me contar a maravilha que viu no Vale do Jequitinhonha, contada abaixo e me entrevistar, foi uma tarde magnífica para mim e senti que para ele também, sou um privilegiado em conhecê-lo e poder ter a honra desse mestre ter escolhido as barraginhas como tema para sua tese de mestrado.
Trouxe para cá o comentário que Geraldo Magela fez ao final desse álbum:
Magela09/07/15 12:10
No dia 07 de Julho de 2015, numa terça feira fui na sala do Luciano para fazer uma entrevista com ele sobre Barrainhas. A entrevista ocorreu na verdade como uma conversa gostosa sobre um tema mais gostoso ainda, Barraginhas.O motivo dessa visita é parte fundamental do meu trabalho de dissertação no mestrado. O tema da dissertação é verificar a influência das Barraginhas na vida dos produtores da comunidade de Inácio Félix localizado no Município de Minas Novas MG. Como a Embrapa sob a coordenação do Luciano desenvolveu a construção das barraginhas a mais de 10 anos naquela comunidade, motivou a fazer a minha pesquisa nesta comunidade.
Considero o Luciano como “pai” das Barraginhas. Pois, como grande observador da natureza teve inspiração a partir da observação de um efeito da chuva em uma área em processo erosivo. As Barraginhas “nascem” dessa observação e com muita dedicação e aprendizado ao longo do tempo, culminado hoje no sucesso do projeto Barraginhas em pro da conservação dos recursos naturais, controle de voçorocas, recuperação de áreas degradadas, etc. E como ele mesmo disse: “... ainda estou aprendendo com as Barraginhas juntamente com os parceiros onde são desenvolvidos o projeto Barraginhas”. O aprendizado nunca termina, conclui.
Em Minas Novas-MG e outras localidades o processo de transferência de conhecimento é através do diálogo respeitando os valores e saberes local e na comunidade Inácio Félix não foi diferente. Então é imprescindível conhecer um pouco mais com o sujeito que através das barraginhas pode proporcionar melhorias tanto para o meio ambiente como na qualidade de vida principalmente para a agricultura familiar que contribui com mais de 65% na produção do alimento para os brasileiros.
Geraldo Magela Freire Silva
Eng. Agrícola
Mestrando pelo Programa Desenvolvimento Sustentável e Extensão
Vestindo a camisa do projeto literalmente, uma honra para nós amigo!
Magela fincará uma bandeira no Mato Grosso e semeará junto com seus alunos sementes que espalharão para todo o país, em especial no Centro Oeste brasileiro.
Com tudo começou em abril de 2014:
primeiro email enviado por Magela,
Bom Luciano,
Sou professor do (Instituto Federal Mato Grosso) no Campus Confresa - MT. Hoje estou fazendo mestrado em Desenvolvimento Sustentável e Extensão na UFLA em Lavras - MG.
O município onde trabalho ( Confresa - MT), é considerado como tendo maior número de assentados de reforma agrária do País. Apesar da região ter bons índices de precipitação, o município não conta de um rio com bom volume a menos de 30 km. O Instituto é abastecido com água de poço artesiano. Hoje a vazão maior de um dos poços não passa de 4.000 l/h. Como o volume não atende para os diversos fins, resolvi pesquisar como armazenar água de chuva e aí que entra o trabalho que Sr. faz com as barraginhas e lagos impermeabilizados com lonas, descobri buscando na Internet.
Enfim, desde então sempre que possível com os alunos e para a comunidade de agricultores familiares principalmente, enfatizo tanto as barraginhas como os lagos impermeabilizados em função de inúmeros benefícios e poder contribuir com atividade produtiva de modo mais sustentável, geração de renda , melhoria nos mananciais (revitalização), etc.
Esta é a razão do meu mestrado em Desenvolvimento Sustentável e Extensão na UFLA ( Universidade Federal de Lavras). Buscar tecnologias sociais de baixo custo para atender a comunidade rural de modo a minimizar (atenuar) os efeitos negativos no meio ambiente e ao mesmo tempo dar oportunidade de gerar renda sobretudo para a agricultura familiar.
Daí surge a ideia de avaliar qualitativamente os efeitos benéficos das barraginhas. Gostaria também de avaliar o quanto as barraginhas podem contribuir para o aumento de vazão nos mananciais ( medir umidade a jusante e monitorar as vazões antes e depois da construção da das barraginhas). Como no mestrado o tempo é de 1,5 anos, não dá tempo. Para o doutorado sim, pois são 4 anos.
Sendo assim pensei em fazer uma pesquisa não quantitativa e sim na qualitativa. Poderão ser observados na avaliação, as melhorias observadas pelo agricultor. Como por exemplo: uso da tecnologia proporcionou uma melhoria na renda? Influenciou na recuperação de nascentes?, proporcionou plantio na entre safra com irrigação? A cultura desenvolveu melhor a jusante das barraginhas?, elevou o nível de água nas cisternas, etc, (gostaria de suas sugestões).
É sabido dos benefícios, e gostaria de fazer registros deste benefícios nas comunidades. Não sei se o Sr. fez essas avaliações nas comunidades e gostaria muito de sua contribuição e tem toda liberdade de sugerir e até mudar essa ideia que é primeira que tive.
Nosso objetivo é mostrar mais uma vez que é possível produzir sem agredir o Meio Ambiente ou ao menos reduzir ao máximo os impactos negativos. Acredito que esse trabalho será mais uma ferramenta para que os gestores atentam e dê subsídios para preservação do Meio Ambiente, proporcionar geração de renda, e atender a sociedade local. É possível.
Sendo assim, esse trabalho pode ser desenvolvido em locais no Sul de Minas ou próximo a Sete Lagoas ( Comunidade Ribeirão Paiol por exemplo).
Enfim, gostaria dar o melhor de mim contribuindo nesse trabalho e mostrar aos gestores em incentivar a multiplicação de uma tecnologia que iniciou de sua iniciativa. Levar tecnologia de baixo custo ao acesso de todos.
Não sei se consegui passar com clareza a minha ideia da pesquisa. Essas avaliações poderão ser feitas em comunidades mais próxima de Lavras ou em outra comunidade que pode contribuir melhor. Pensei até na comunidade Ribeirão Paiol.
Luciano, É muito importante para mim a sua contribuição e ficaria muito agradecido a sua participação nesse trabalho dando opinião, sugestões e ideias. Se quiser pode acompanhar e participar desse trabalho, pra mim será uma honra.
Desde já agradeço sua atenção desde o primeiro dia do primeiro contato há 3 anos atrás quando estava como professor paras alunos do ensino técnico em Agropecuária e Agronomia, onde em sua maioria, os alunos são da agricultura familiar.
Atenciosamente,
Geraldo Magela,
Luciano disse:
Obs: é meu amigo, tudo ocorreu como você planejou acima nesse email, e um pouco mais, só você nem imaginava que iria chegar ao Vale do Jequitinhonha, e ir não uma única vez, mas a paixão e o compromisso com sua consciência, lhe motivou e uma "Luz" te guiou, deu forças, para fazer não nas proximidades de Lavras, que favoreceria pelo tempo a sua tese, mas ir ha 700km duas vezes (rodou 2800km) e duas vezes 300 km até Sete Lagoas (1200km)... Mas é assim mesmo, são coisas das barraginhas, parabéns... Em tempo: também você nem imaginava que estaria te esperando Moacir, o seu braço direito... e Zé valter, A família Côca, de D. Cida, os Pitinhas, Sr. Geraldo, Trajano, Sr. Joaquim Barbosa e outros... Cê esteve no "Santuário das Barraginhas, fez os caminhos de Santiago de Compostela no meu entender, existem os que vão a Espanha, eu prefiro sentir as energias dos caminhos dos escravos" naquela região Quilombola...
Luciano disse:
Obs: é meu amigo, tudo ocorreu como você planejou acima nesse email, e um pouco mais, só você nem imaginava que iria chegar ao Vale do Jequitinhonha, e ir não uma única vez, mas a paixão e o compromisso com sua consciência, lhe motivou e uma "Luz" te guiou, deu forças, para fazer não nas proximidades de Lavras, que favoreceria pelo tempo a sua tese, mas ir ha 700km duas vezes (rodou 2800km) e duas vezes 300 km até Sete Lagoas (1200km)... Mas é assim mesmo, são coisas das barraginhas, parabéns... Em tempo: também você nem imaginava que estaria te esperando Moacir, o seu braço direito... e Zé valter, A família Côca, de D. Cida, os Pitinhas, Sr. Geraldo, Trajano, Sr. Joaquim Barbosa e outros... Cê esteve no "Santuário das Barraginhas, fez os caminhos de Santiago de Compostela no meu entender, existem os que vão a Espanha, eu prefiro sentir as energias dos caminhos dos escravos" naquela região Quilombola...




Segunda viagem a Minas Novas no Vale do Jequitinhonh.
Fotos durante a segunda viagem de Geraldo Magela ao Vale do Jequitinhonha para entrevistar técnicos, líderes de comunidades e produtores rurais (famílias).
Enviado por Magela via amail:
as duas fotos acima foram tiradas na segunda etapa da pesquisa na propriedade de Joaquim Alves Barbosa, tio do José Valter. Utiliza a água da Barraginha para irrigar o pomar. Se não fosse as Barraginhas ele disse que não teria construído a nova casa.
Primeira viagem a Minas Novas no Vale do Jequitinhonha.
Pelas fotos dá para sentir o clima bom instalado, a cara de Magela, de que estava valendo a pena essas duas longas viagens. Zé Valter também estava feliz em receber esse ilustre amigo.
Essas duas fotos acima e abaixo, Zé Valter as mostra com orgulho, essa água aqui foi nós que a produzimos, ela desse, essa arteriazinha e vai corre até lá em baixo ajudando o rio Jequitinhonha a passar por Almenara, "isso, ele me disse um dia".
Leitura facial, não precisa de legenda essa foto. Clic na foto para aumentá-la.
Moacir disse: chefinho, todas as fotos acima são do sitio do Zé Valter.
Fartura.
Estufas.
A água é a sustentabilidade de seu sítio, tornando-o um porto seguro para sua família.
Moacir disse: todas as fotos acima são do sitio do Zé da Côca.
Moacir disse: as duas fotos acima são do sitio do Dadí
Moacir disse: olha o Trajano Rodrigues, entrevista na sua casa.
Comunidade de Curralinho
Moacir disse: ponto forte foi na casa da Dona Cida na Comunidade de Curralinho, com direito a frango caipira.